jueves, 25 de febrero de 2021

Conferências XIX EJIP: Miguel Moreno-Azanza

“Hatching in Portugal: a new look to old eggs”



Continuamos a desvendar os nomes dos oradores convidados para o XIX EJIP Coimbra, desta vez com Miguel Moreno-Azanza, investigador em Paleontologia de Vertebrados da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), que apresentará uma conferência sobre “Hatching in Portugal: a new look to old eggs”.

Miguel Moreno-Azanza é paleontólogo, com uma vasta experiência em Geologia e Cristalografia e com especial interesse na evolução de vertebrados e biomateriais. É especialista na análise da estrutura de ovos fósseis, em particular do Cretácico Inferior da cordilheira ibérica aragonesa, e no estudo da biomineralização de cascas de ovos fósseis e atuais. O foco central da sua investigação tem sido a análise da distribuição espacial e temporal do registo de diferentes morfotipos de cascas de ovos durante o Cretácico, bem como o uso de novas técnicas analíticas, nomeadamente o microscópio electrónico, para o estudo da estrutura de cascas de ovos. Desenvolveu um procedimento experimental inédito através do EBSD (Electron Back Scattered Difraction) para a caracterização da estrutura de cascas de ovos fósseis e para explorar os processos envolvidos na formação e fossilização de cascas de ovos.

É licenciado em Geologia pela Universidad de Zaragoza (Aragão, Espanha) e concluiu em 2014 o doutoramento em Ciências da Terra, também pela Universidad de Zaragoza. Atualmente, é investigador de pós-doutoramento na FCT-UNL (Caparica, Portugal), onde lidera o projeto de investigação “Applying microtextural analysis and geochemistry to explore phylogeny and functional adaptation in archosaurian eggshells”. É também colaborador do Museu da Lourinhã (Lourinhã, Portugal) e do Grupo deInvestigación de Vertebrados do Mesozoico e Quaternario de la Universidad de Zaragoza,Aragosaurus (Aragão, Espanha).

Miguel Moreno-Azanza participou em diversas campanhas de prospeção e escavação paleontológicas, tendo coordenado os trabalhos em diferentes jazidas com restos de ovos, incluindo a recente escavação (2020) de uma jazida do Cretácico Superior na região dos Pirenéus, que preserva uma extensa área de nidificação de dinossáurios, e a escavação e recolha (2019) de um ninho com diversos ovos de um dinossáurio carnívoro, descoberto em níveis do Jurássico Superior na Praia do Caniçal (Lourinhã). Colaborou também em diferentes trabalhos de escavação de dinossáurios em Espanha (Burgos, Cuenca, Huesca e Teruel), Marrocos e Portugal. É autor e co-autor de mais de três dezenas de publicações em revistas do Science Citation Index (SCI) e participou em mais de setenta encontros científicos, incluindo como orador convidado em congressos nacionais e internacionais, em Espanha, Portugal, Argentina, Japão e China.

 

Links de interesse:

Página pessoal FCT-UNL: https://www.dct.fct.unl.pt/pessoas/docentes/miguel-moreno-azanza

Página pessoal researchgate: https://www.researchgate.net/profile/Miguel_Moreno-Azanza

Ciência-vitae: https://www.cienciavitae.pt//en/3D17-9DA0-2CD6


Publicações selecionadas:

  • Choi, S., Moreno‐Azanza, M., Csiki‐Sava, Z., Prondvai, E., Lee, Y.-N. 2020. Comparative crystallography suggests maniraptoran theropod affinities for latest Cretaceous European ‘geckoid’ eggshell. Papers in Paleontology, 6(2): 265–292.
  • Núñez-Lahuerta, C., Moreno-Azanza, M., Cuenca-Bescós, G. 2019. Avian eggshell remains in the human bearing level TD6 of the Gran Dolina site (Early Pleistocene, Atapuerca, Spain). Historical Biology, https://doi.org/10.1080/08912963.2019.1655009
  • Moreno-Azanza, M., Bauluz, B., Canudo, J. I., & Mateus, O. (2017). The conservative structure of the ornithopod eggshell: electron backscatter diffraction characterization of Guegoolithus turolensis from the Early Cretaceous of Spain. Journal of Iberian Geology, 43(2), 235-243.
  • Moreno-Azanza, M., Bauluz, B., Canudo, J. I., Gasca, J. M., & Torcida Fernández-Baldor, F. (2016). Combined use of electron and light microscopy techniques reveals false secondary shell units in Megaloolithidae eggshells. PLoS One, 11(5), e0153026.
  • Díaz-Berenguer, E., Badiola, A., Moreno-Azanza, M., Canudo, J.I. 2018. First adequately-known quadrupedal sirenian from Eurasia (Eocene, Bay of Biscay, Huesca, northeastern Spain). Scientific Reports, 8(5127), https://doi.org/10.1038/s41598-018-23355-w

 --------------------------------------------------

Conferencias XIX EJIP: Miguel Moreno-Azanza


“Hatching in Portugal: a new look to old eggs”



Seguimos desvelando los nombres de los conferenciantes magistrales invitados para el XIX EJIP Coimbra, esta vez con Miguel Moreno-Azanza, investigador en Paleontología de Vertebrados de la Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), que presentará una conferencia sobre “Hatching in Portugal: a new look to old eggs”.

Miguel Moreno-Azanza es paleontologo con una larga experiencia en Geologia y Cristalografia y con especial interés en la evolución de vertebrados y biomateriales. Es especialista en el análisis de la estructura de huevos fósiles, en particular del Cretácico Inferior de la cordillera ibérica aragonesa y en el estudio de la biomineralización de cascaras de huevos fósiles y actuales. Su investigación se centra en el análisis de distribución espacial y temporal del registro de diferentes morfotipos de cascaras de huevos durante el Cretácico, así como el uso de nuevas técnicas analíticas, como por ejemplo el microscopio electrónico, para el estudio de la estructura de cascaras de huevo. Ha desarrollado un procedimiento experimental innovador con uso del EBSD (Electron Back Scattered Difraction) para la caracterización de la estructura de cascaras de huevos fósiles y para explorar los procesos envueltos en la formación y fosilización de cascaras de huevo.

Es licenciado en Geología por la Universidad de Zaragoza (Aragon, España) y ha recibido en 2014 el título de doctor en Ciencias de la Tierra también por la Universidad de Zaragoza. Actualmente es investigador de post-doctorado en la FCT-UNL (Caparica, Portugal), donde lidera el proyecto de investigación “Applying microtextural analysis and geochemistry to explore phylogeny and functional adaptation in archosaurian eggshells”. Miguel Moreno-Azanza es también colaborador del Museu da Lourinhã (Lourinhã, Portugal) y del Grupo de Investigación de Vertebrados del Mesozoico y Quaternario de la Universidad de Zaragoza, Aragosaurus (Aragon, España).

Miguel Moreno-Azanza ha participado en diversas campañas de prospección y excavación paleontológicas, de las cuales ha dirigido los trabajos en distintos yacimientos con restos de huevos, incluyendo la reciente excavación (2020) de un yacimiento del Cretácico Superior en la región de Pirineos que preserva una extensa área de nidificación de dinosaurios o la excavación y colecta (2019) de un nido con diversos huevos de un dinosaurio carnívoro descubierto en niveles del Jurásico Superior en Praia do Caniçal (Lourinhã). Ha colaborado también en distintos trabajos de excavación de dinosaurios en España (Burgos, Cuenca, Huesca y Teruel), Marruecos y Portugal. Es autor y co-autor de más de tres decenas de publicaciones en revistas do Science Citation Index (SCI) y ha participado en más de setenta encuentros científicos, incluyendo como conferencista invitado en congresos nacionales e internacionales, en España, Portugal, Argentina, Japón y China.




Enlaces de interés:





Publicaciones selecionadas:

  • Choi, S., Moreno‐Azanza, M., Csiki‐Sava, Z., Prondvai, E., Lee, Y.-N. 2020. Comparative crystallography suggests maniraptoran theropod affinities for latest Cretaceous European ‘geckoid’ eggshell. Papers in Paleontology, 6(2): 265–292.
  • Núñez-Lahuerta, C., Moreno-Azanza, M., Cuenca-Bescós, G. 2019. Avian eggshell remains in the human bearing level TD6 of the Gran Dolina site (Early Pleistocene, Atapuerca, Spain). Historical Biology, https://doi.org/10.1080/08912963.2019.1655009
  • Moreno-Azanza, M., Bauluz, B., Canudo, J. I., & Mateus, O. (2017). The conservative structure of the ornithopod eggshell: electron backscatter diffraction characterization of Guegoolithus turolensis from the Early Cretaceous of Spain. Journal of Iberian Geology, 43(2), 235-243.
  • Moreno-Azanza, M., Bauluz, B., Canudo, J. I., Gasca, J. M., & Torcida Fernández-Baldor, F. (2016). Combined use of electron and light microscopy techniques reveals false secondary shell units in Megaloolithidae eggshells. PLoS One, 11(5), e0153026.
  • Díaz-Berenguer, E., Badiola, A., Moreno-Azanza, M., Canudo, J.I. 2018. First adequately-known quadrupedal sirenian from Eurasia (Eocene, Bay of Biscay, Huesca, northeastern Spain). Scientific Reports, 8(5127), https://doi.org/10.1038/s41598-018-23355-w

lunes, 22 de febrero de 2021

Conferências XIX EJIP: Catarina Guerreiro

 "Nanofósseis calcários: uma viagem do Douro à Antártida"



Durante as próximas semanas iremos divulgar os nossos oradores convidados para o XIX EJIP Coimbra. Começamos com a Catarina Guerreiro, investigadora em micropaleontologia e biogeociências marinhas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), que apresentará uma conferência sobre "Nanofósseis calcário: uma viagem do Douro à Antártida".

A Catarina Guerreiro é especialista em (paleo)ecologia marinha, com larga experiência na aplicação de assinaturas de cocolitóforos (nanoplâncton calcário) em sedimentos e na coluna de água oceânica ao longo da transição litoral-nerítica-oceânica e em contexto de oceano aberto, como ferramenta de estudo para investigar variabilidade (paleo)ambiental. Nos últimos anos, a sua investigação tem-se focado em explorar a influência de processos atmosféricos, oceanográficos e ecológicos na produtividade e distribuição de cocolitóforos no Norte Atlântico tropical e na forma como estes processos físicos e biológicos interagem e influenciam a bomba biológica do carbono. Simplificando, a Catarina utiliza microfósseis, que só se conseguem observar ao microscópio, para investigar processos ambientais atuais muito mais amplos e complexos, ao mesmo tempo que contribui para melhorar o seu potencial enquanto proxy para estudos de reconstrução paleoambiental e paleoclimática.

É licenciada (2003) e doutorada (2013) em Geologia, tendo-se especializado em Paleontologia e Estratigrafia pela FCUL. Em 2015 obteve uma bolsa Marie Sklodowska-Curie COFOUND (BREMENTRAC) para desenvolver um projeto de pós-doutoramento na Universidade de Bremen (Alemanha), onde deu os primeiros passos a investigar os efeitos das poeiras do Deserto do Saara enquanto fonte de nutrientes para as comunidades de cocolitóforos ao longo do Atlântico tropical. Como bom filho a casa torna, a Catarina regressa a Portugal em 2018 com uma das tão cobiçadas Marie Sklodowska-Curie European Fellowships para continuar a sua investigação. Atualmente é investigadora no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e no Instituto Dom Luiz (IDL) da Universidade de Lisboa, onde está a desenvolver o projeto CHASE (CHASing the environmental Effects of dust deposition across the Atlantic and Southern Ocean: a coccolithophore perspective) financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito do Concurso Estímulo ao Emprego Científico (CEEC/FCT). 

Ao longo da sua carreira, estabeleceu diversas colaborações internacionais, através das quais tem trabalhado com grupos de investigação no Plymouth Marine Laboratory (Reino Unido), Universidade de East Anglia (Reino Unido), Royal Netherlands Institute for Sea Research (Holanda), Institute of Environmental Science and Technology (Barcelona), Universidade de Bremen e Center for Marine and Environmental Sciences (Alemanha). Já participou em várias expedições oceanográficas multidisciplinares, nacionais e internacionais, entre as quais uma transatlântica (2016) e outra Antártica (2019). É autora e co-autora de diversos trabalhos publicados em jornais científicos de elevada relevância na área das biogeociências e em mais de três dezenas de apresentações em congressos nacionais e internacionais. É membro da International Association for Mathematical Geosciences (IAMG, Washington DC, EUA), da International Nannoplankton Association (INA, London, Inglaterra) e da Associação Portuguesa de Oceanografia (APOCEAN).

Links de interesse:

Página pessoal da Universidade de Bremen: https://www.geo.uni-bremen.de/sedpal/page.php?pageid=22

Publicações selecionadas:

  • Korte. L.F., Brummer, G.-J. A., van der Does, M., Guerreiro, C.V., Mienis, F., Munday, C.I., Ponsoni, L., Schouten, S., Stuut, J.-B. W. 2020. Multiple drivers of production and particle export in the western tropical North Atlantic. Limnology and Oceanography, 65(9): 2108–2124.
  • Guerreiro, C.V., Baumann, K.-H., Brummer, G.-J., A., Korte, L.F., Sá, C., Stuut, J.-B. W. 2019.  Transatlantic gradients in calcifying phytoplankton (coccolithophore) fluxes. Progress in Oceanography, 176: https://doi.org/10.1016/j.pocean.2019.102140
  • Guerreiro, C.V., Baumann, K.-H., Brummer, G.-J.A., Fischer, G., Korte, L.F., Merkel, U., Sá, C., de Stigter, H., Stuut, J.-B.W. 2017. Coccolithophore fluxes in the open tropical North Atlantic: influence of thermocline depth, Amazon water, and Saharan dust. Biogeosciences, 14: 4577–4599.
  • Korte, L.F., Brummer, G.-J.A., van der Does, M., Guerreiro, C.V., Hennekam, R., van Hateren, J.A., Jong, D., Munday, C.I., Schouten, S., Stuut, J.-B.W. 2017. Downward particle fluxes of biogenic matter and Saharan dust across the equatorial North Atlantic, Atmos. Chem. Phys., 17, 6023–6040.
  • Guerreiro, C., De Stigter, H., Cachão, M., Oliveira, A., Rodrigues, A., 2015a. Coccoliths from recent sediments of the Central Portuguese Margin: taphonomical and ecological inferences. Marine Micropaleontology 114, 55-68.
  • Guerreiro, C., Cachão, M., Drago, T., 2005. Calcareous nannoplankton as a tracer of the marine influence on the NW coast of Portugal over the last 14 000 years. J. Nannoplankton Res., 27(2), 159-172.

----------------------------------------

Conferencias XIX EJIP: Catarina Guerreiro


"Nanofósiles calcáreos: un viaje del Douro a Antártida"


Durante las próximas semanas vamos a presentar a los conferenciantes magistrales invitados al XIX EJIP de Coimbra. Empezamos con Catarina Guerreiro, una investigadora en micropaleontología y biogeociencias marinas de la Faculdade de Ciências da Universidadede Lisboa (FCUL). Catarina Guerreiro presentará una conferencia sobre "Nanofósiles calcáreos: un viaje del Douro a Antártida".  

Catarina Guerreiro es especialista en paleo(ecología) marina, con una larga experiencia en la aplicación del registro de cocolitóforos (fitoplancton calcáreo) en sedimentos y en la columna de agua oceánica a lo largo de la transición litoral-nerítica-oceánica y en contexto de océano abierto, como herramienta de estudio para investigar la variabilidad paleo(ambiental). En los últimos años, ha dedicado su investigación a explorar la influencia de procesos atmosféricos, oceanográficos y ecológicos en la productividad y distribución de cocolitóforos en el Norte Atlántico tropical y en la forma como estos procesos físicos y biológicos interactúan e influencian la bomba biológica del carbono.  Simplificando, Catarina utiliza microfósiles que solamente se observan al microscopio para investigar procesos ambientales actuales mucho más amplios y complejos, al mismo tiempo que contribuye para mejorar su potencial como proxy para estudios de reconstrucción paleoambiental y paleoclimática. 

Es licenciada (2003) en Geología y doctora (2013) en Geología, con especialización en Paleontología y Estratigrafía por la FCUL. En 2015 recibió una beca Marie Sklodowska-Curie COFOUND (BREMENTRAC) para desarrollar un proyecto de post-doctorado en la Universidad de Bremen (Alemania), donde dio los primeros pasos en la investigación sobre los efectos del polvo del Desierto del Sahara como  fuente de nutrientes para las comunidades de cocolitóforos a lo largo del Atlántico tropical. Tras esto, Catarina regresó a Portugal en 2018 con una de las tan deseadas y prestigiosas Marie Sklodowska-Curie European Fellowships para seguir su investigación. Actualmente, es investigadora en el Marine and Environmental Sciences Center(MARE) y en el Instituto Dom Luiz (IDL) de la Universidade de Lisboa, donde está desarrollando el proyecto CHASE (CHASing the environmental Effects of dust deposition across the Atlantic and Southern Ocean: a coccolithophore perspective) financiado por la Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) en el ámbito del Concurso Estímulo ao Emprego Científico (CEEC/FCT).

Ha establecido colaboraciones internacionales a través de las cuales, ha trabajado con grupos de investigación en el Plymouth Marine Laboratory (Reino Unido), University of East Anglia (Reino Unido), Royal Netherlands Institute for Sea Research (Holanda), Institute of Environmental Science and Technology (Barcelona), Universidad de Bremen y Center for Marine and Environmental Sciences (Alemania). También,ha participado en diversas expediciones oceanográficas multidisciplinares, nacionales e internacionales, entre las cuales una transatlántica (2016) y otra Antártica (2019). Es autora y co-autora de diversos trabajos publicados en revistas científicas de elevada relevancia en el área de las biogeociencias y en más de tres decenas de presentaciones en congresos nacionales e internacionales. Es miembro de la InternationalAssociation for Mathematical Geosciences (Washington DC, EUA), de la InternationalNannoplankton Association (London, Inglaterra) y de la Associação Portuguesa deOceanografía (APOCEAN).

 

Enlaces de interés:

Proyecto CHASE: https://www.chase-dust.com

Página personal MARE-UL: https://www.mare-centre.pt/en/user/5898

Página personal IDL: http://idl.campus.ciencias.ulisboa.pt/idlmember/catarina-v-guerreiro 

Página personal University of Bremen: https://www.geo.uni-bremen.de/sedpal/page.php?pageid=22

 

Publicaciones seleccionadas:

  • Korte. L.F., Brummer, G.-J. A., van der Does, M., Guerreiro, C.V., Mienis, F., Munday, C.I., Ponsoni, L., Schouten, S., Stuut, J.-B. W. 2020. Multiple drivers of production and particle export in the western tropical North Atlantic. Limnology and Oceanography, 65(9): 2108–2124.
  • Guerreiro, C.V., Baumann, K.-H., Brummer, G.-J., A., Korte, L.F., Sá, C., Stuut, J.-B. W. 2019.  Transatlantic gradients in calcifying phytoplankton (coccolithophore) fluxes. Progress in Oceanography, 176: https://doi.org/10.1016/j.pocean.2019.102140
  • Guerreiro, C.V., Baumann, K.-H., Brummer, G.-J.A., Fischer, G., Korte, L.F., Merkel, U., Sá, C., de Stigter, H., Stuut, J.-B.W. 2017. Coccolithophore fluxes in the open tropical North Atlantic: influence of thermocline depth, Amazon water, and Saharan dust. Biogeosciences, 14: 4577–4599.
  • Korte, L.F., Brummer, G.-J.A., van der Does, M., Guerreiro, C.V., Hennekam, R., van Hateren, J.A., Jong, D., Munday, C.I., Schouten, S., Stuut, J.-B.W. 2017. Downward particle fluxes of biogenic matter and Saharan dust across the equatorial North Atlantic, Atmos. Chem. Phys., 17, 6023–6040.
  • Guerreiro, C., De Stigter, H., Cachão, M., Oliveira, A., Rodrigues, A., 2015a. Coccoliths from recent sediments of the Central Portuguese Margin: taphonomical and ecological inferences. Marine Micropaleontology 114, 55-68.
  • Guerreiro, C., Cachão, M., Drago, T., 2005. Calcareous nannoplankton as a tracer of the marine influence on the NW coast of Portugal over the last 14 000 years. J. Nannoplankton Res., 27(2), 159-172.
 

viernes, 12 de febrero de 2021

María Teresa Rodríguez Mellado, uma pioneira na Paleontologia

Ainda no rescaldo das celebrações do dia de ontem, dedicadas às mulheres, raparigas, senhoras, donas, meninas, matriarcas, damas e moças na ciência, sabias que Espanha e Portugal partilham uma pioneira na Paleontologia? 

María Teresa Rodríguez Mellado (1921-1985). Durante os anos 40, Rodríguez Mellado dedicou-se ao estudo de associações fósseis do Devónico de Espanha, no âmbito de um projeto de tese de doutoramento. Não havendo ninguém no país dedicado à paleontologia do Devónico, rumou a Portugal em 1947 com uma bolsa do CSIC para que Décio Thadeu, um engenheiro de minas português, a iniciasse nestes estudos. Juntos reviram as trilobites do Devónico de Portugal (Rodríguez-Mellado & Thadeu, 1947).

A carreira científica de María Teresa terminou subitamente em 1950. O casamento, a gravidez do primeiro filho e uma sociedade claramente penalizadora das ambições das mulheres/ mães, conduziram à rescisão do seu vínculo laboral. Não chegou a doutorar-se, mas o muito trabalho realizado não foi perdido, tendo sido incorporado na conhecida publicação do Devónico de Espanha de Bermudo Meléndez em 1953. Pela mesma altura, Asunción Linares Rodríguez (1921 – 2005) terminou o doutoramento e tornou-se a primeira mulher espanhola a obter uma cátedra numa universidade de ciências, a cátedra de Paleontologia (Universidade de Granada, 1961). 

Conhece mais sobre esta paleontóloga ibérica pioneira e sobre as primeiras mulheres nas ciências naturais em Espanha neste incrível trabalho da também paleontóloga Isabel Rábano. Coincidência: o casamento de Rodríguez-Mellado afastou-a da ciência, mas cruzou-a com a família de I. Rábano. Por seu lado, a avó de I. Rábano, María García-Arenal Winter, foi também uma cientista pioneira licenciada em Ciências Naturais no início do século XX, cuja promissora carreira terminou (uma vez mais) após o casamento. É caso para dizer ‘à terceira é de vez’ nesta família de mulheres cientistas!

-----------

Imagens:

Topo: M. T. Rodríguez Mellado (imagem retirada de Rábano, 2010)

Abaixo: M. T. Rodríguez Mellado e Décio Thadeu, em trabalho de campo no Sinclinal de Portalegre (imagem retirada de Rábano, 2010)


Referências:

Rabano, I. (2020). Pioneras en la Paleontología española: María Teresa Rodríguez Mellado (1921-1985). Bol. R. Soc. Esp. Hist. Nat., 114: 161-175.

Rodríguez Mellado, M.T. & Thadeu, D. (1947). Trilobites do Devónico inferior português. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 28: 265-296.


----------------------------------------

María Teresa Rodríguez Mellado, una pionera en Paleontología


Siguiendo la estela de las celebraciones de ayer dedicadas a las mujeres, niñas, señoras, dueñas, muchachas, matriarcas, damas y jóvenes científicas, ¿sabías que España y Portugal comparten una pionera en Paleontología? 

María Teresa Rodríguez Mellado (1921-1985). Durante la década de 1940, Rodríguez Mellado se dedicó al estudio de las asociaciones fósiles del Devónico de España, como parte del proyecto de tesis doctoral. Como no había nadie en el país dedicado a la paleontología del Devónico, se dirigió a Portugal en 1947 con una beca del CSIC para que Décio Thadeu, un ingeniero de minas portugués, la introduciera en estos estudios. Juntos revisaron y publicaron un trabajo sobre los trilobites del Devónico de Portugal (Rodríguez-Mellado & Thadeu, 1947).
La carrera científica de María Teresa terminó repentinamente en 1950. El matrimonio, el embarazo de su primer hijo y una sociedad que penalizaba claramente las ambiciones profisionales de las mujeres/madres, la llevaron al cese de su carrera. No terminó su doctorado, pero el mucho trabajo que había realizado no se perdió, y se incorporó a la conocida publicación del Devónico de España de Bermudo Meléndez en 1953. Por la misma época, Asunción Linares Rodríguez (1921 - 2005) terminó su doctorado y se convirtió en la primera mujer española en obtener una cátedra en una facultad de ciencias en España, la cátedra de Paleontología (Universidad de Granada, 1961). 

Conoce mejor a esta pionera paleontóloga ibérica, y a las primeras mujeres de las ciencias naturales en España, en este increíble trabajo de la también paleontóloga Isabel Rábano. Coincidencia: el matrimonio de Rodríguez-Mellado la alejó de la ciencia, pero la cruzó con la familia de I. Rábano. Por su parte, la abuela de I. Rábano, María García-Arenal Winter, fue también una científica pionera y licenciada en Ciencias Naturales a principios del siglo XX, cuya prometedora carrera terminó (una vez más) tras su matrimonio. Se podría decir que "a la tercera va la vencida" en esta familia de mujeres científicas.

----------

Imagenes:

Arriba: M. T. Rodríguez Mellado (imagen de Rábano, 2010)

Abajo: M. T. Rodríguez Mellado y Décio Thadeu, recogiendo fósiles devónicos en la sierra de Portalegre, Portugal (imagen de Rábano, 2010)

Referencias:

Rabano, I. (2020). Pioneras en la Paleontología española: María Teresa Rodríguez Mellado (1921-1985). Bol. R. Soc. Esp. Hist. Nat., 114: 161-175.

Rodríguez Mellado, M.T. & Thadeu, D. (1947). Trilobites do Devónico inferior português. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 28: 265-296.

jueves, 11 de febrero de 2021

Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência

No âmbito das comemorações do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, relembramos uma das mulheres que marcou a Paleontologia ibérica.

Nieves López Martínez (1949 - 2010) é um nome incontornável na Paleontologia espanhola (e não só). Vários de nós tiveram o enorme prazer de ser seus alunos na Universidade Complutense de Madrid, onde criou uma verdadeira escola de Paleontologia de Vertebrados. Especialista em lagomorfos do Cenozoico, debruçou-se também sobre a grande extinção do final do Cretácico e é (ainda) a cara que associamos ao grande e bem-sucedido projeto de Somosaguas (quantos de nós triaram dentes de micromamíferos que a querida Nieves identificava como quem reconhece as letras do alfabeto? Impressionante!). 

A professora Nieves destacou-se ainda pelo seu enorme interesse e capacidade para divulgar ciência, sendo autora de um dos livros de Paleontologia para o público em geral mais conhecido entre nós (‘Guía de campo de los fósiles de España’) e tendo estado na vanguarda da divulgação digital como autora de vários blogs pioneiros de Paleontologia. 

Conhece-os e descobre mais sobre a fascinante vida científica de Nieves López Martínez em:

Docencia en Paleontología de Vertebrados (http://paleovertebrata.blogspot.com.es/)

Humanos y Animales (http://humanos-y-animales.blogspot.com.es/)

Investigación GeoPaleoBiológica en Somosagua (http://investigacionensomosaguas.blogspot.com.es/)

Más Allá de Somosaguas (http://mas-alla-de-somosaguas.blogspot.com.es/)


E lê o testemunho de quem privou de perto com esta fascinante paleontóloga, neste volume de homenagem da revista ‘Spanish Journal Of Palaeontology’:

https://ojs.uv.es/index.php/sjpalaeontology/issue/view/1248

Para quem não teve o prazer de ser aluno da Professora Nieves, deixamos um vídeo curtinho, inédito, de uma das suas últimas saídas de campo, na Mina Emma em Puertollano, no âmbito da disciplina de Paleontologia de Vertebrados da Universidade Complutense de Madrid, em abril de 2010 (ver vídeo aquí). Seria este o seu último ano de docência, mas permanecerá para sempre entre nós, não só entre os que a conheceram, mas também entre as novas gerações de paleontólogos, pois o conhecimento que produziu e impulsionou ficará para ‘sempre’ (somos paleontólogos, não é? Sabemos que sempre é este!).

--------------------------------

En el marco de las celebraciones del Día Internacional de las Mujeres y Niñas en la Ciencia, aprovechamos la oportunidad para recordar a una de las mujeres más destacadas en la Paleontología ibérica.

Nieves López Martínez (1949 – 2010) es sin duda uno de los nombres más reseñables en la Paleontología española. Varios de nosotros tuvimos el enorme placer de ser sus alumnos en la Universidad Complutense de Madrid, donde creó una gran escuela de Paleontología de Vertebrados. Especialista en lagomorfos del Cenozoico, también dedicó sus estudios a investigar la extinción del final del Cretácico, y aún es la cara que todos asociamos al gran y exitoso proyecto de Somosaguas (¿cuántos de nosotros triamos dientes de micromamíferos que nuestra querida Nieves identificaba inmediatamente como si se trataran de letras del abecedario? ¡impresionante!). 

Nieves destacó también por su gran interés y capacidad para divulgar ciencia, siendo autora de uno de los libros generalistas de Paleontología que mejor conocemos (´Guía de campo de los fósiles de España´), y habiendo estado en la vanguardia de la divulgación digital como creadora de varios blogs pioneros en Paleontología. 

Conócelos y descubre aún más sobre la fascinante vida científica de Nieves López Martínez en:

Docencia en Paleontología de Vertebrados (http://paleovertebrata.blogspot.com.es/)

Humanos y Animales (http://humanos-y-animales.blogspot.com.es/)

Investigación GeoPaleoBiológica en Somosaguas (http://investigacionensomosaguas.blogspot.com.es/

Más Allá de Somosaguas (http://mas-alla-de-somosaguas.blogspot.com.es/)

Y lee el testimonio de quienes conocieron mejor a esta fascinante paleontóloga, en este volumen de homenaje de la revista ´Spanish Journal Of Paleontology´:

https://ojs.uv.es/index.php/sjpalaeontology/issue/view/1248

Para los que no tuvieron el placer de ser alumnos de la profesora Nieves, dejamos un vídeo corto, inédito, de una de sus últimas salidas de campo, en la Mina Emma de Puertollano, como parte de la asignatura de paleontología de Vertebrados de la Universidad Complutense de Madrid, en Abril de 2010 (mira el viseo aquí). Este fue su último año de docencia, pero sin duda permanecerá para siempre entre nosotros, no sólo para quienes  la conocieron, sino también para las nuevas generaciones de paleontólogos, pues el conocimiento que generó y transmitió perdurará para ´siempre´ (somos paleontólogos, ¿no? sabemos bien lo que eso significa ;).


miércoles, 3 de febrero de 2021

A revista "Comunicações Geológicas", pioneira da geologia em Portugal

Distribuída pela primeira vez em 1885 (fascículo I), o primeiro volume das "Communicações da Secção dos Trabalhos Geologicos de Portugal" reuniu um conjunto de trabalhos produzidos entre 1883 e 1887, pelo que se toma o primeiro destes anos como o da fundação desta revista. Num mundo globalizado e internacionalizado, onde a produção científica é cada vez mais canalizada para ‘revistas de renome’, é de enaltecer a manutenção desta publicação pioneira, a qual celebrará 140 anos em 2023.

A primeira Comissão Geológica do Reino, estabelecida em 1857, foi passando por várias reformulações e atribulações ao longo da segunda metade do século XIX. Os trabalhos científicos mais extensos resultantes da sua atividade começaram por ser publicados numa série monográfica iniciada em 1865, as "Memorias", a qual se prolongou até à atualidade, contando com alguns dos trabalhos mais marcantes da geologia portuguesa (quem, sendo geólogo em Portugal, não teve já uma destas memórias de capa acastanhada na mesinha de cabeceira?). Mas, tal como o nome indica, trabalhos mais curtos e pequenas comunicações não se enquadravam no formato monográfico desta série.

A origem da revista Comunicações Geológicas 

Com a segunda metade do século XIX, também a Geologia apanhou o "comboio" do modernismo em Portugal. Quase 25 anos depois do estabelecimento da primeira Comissão Geologica do Reino, os avanços no conhecimento geológico do país, embora significativos, eram ainda deficientes, e a inexistência de uma comunidade de geólogos em Portugal, capaz de formar especialistas, ditou a necessidade da internacionalização. Carlos Ribeiro e Nery Delgado, os vultos na frente da (ainda) Secção dos Trabalhos Geologicos, estabeleceram uma crescente colaboração com instituições estrangeiras e a contratação de Paul Choffat (geólogo suíço) no início da década de 1880 potenciou esta estratégia (Carneiro & Teixeira Pinto, 2008). Terá sido neste período temporal, o início da chamada "fase brilhante da geologia portuguesa" (Fleury, 1920), que surgiu a ideia de fundar a primeira revista portuguesa especializada em geologia. Não se pode precisar se tal decisão surgiu ainda com Carlos Ribeiro como diretor da Secção ou se foi Nery Delgado, que lhe sucedeu em 1882 após a sua morte, quem impulsionou a ideia. É também provável que a influência de Paul Choffat, profundo conhecedor “(…) das publicações científicas de geologia e da paleontologia que se editavam, à época, na Europa” (Rocha & Kullberg, 2008, p. 32), tenha contribuído significativamente para esta decisão. Até então, trabalhos mais curtos e notas sobre o avanço do conhecimento geológico do país, sem cariz monográfico para incorporar uma Memoria, iam sendo documentados em publicações não especializadas, como a "Revista d’obras Públicas e Minas" ou a "Revista de educação e ensino", dificultando a permuta da investigação dos geólogos portugueses com cientistas estrangeiros. Todas estas circunstâncias terão conspirado a fundação da revista que daria à Secção dos Trabalhos Geologicos a autonomia, afirmação e internacionalização necessárias ao desenvolvimento e divulgação da geologia em Portugal.

No primeiro volume, Delgado escreveu algumas reflexões sobre a nova revista, justificando que "(...) resumos e varias outras publicações de menor tomo, não merecendo o nome de memorias, deverão constituir a serie, que pela obsequiosa deferência da 1ª classe da Academia Real das Sciencias, aqui encetamos (...)" e defendendo ser "(...) indispensável fazer estas publicações n'uma língua conhecida do maior numero (...) de geólogos espalhados pelas diversas partes do mundo". O francês foi o idioma escolhido, mas há já uma preocupação em providenciar traduções em português, mantendo a atualização do que se faz cá dentro, não apenas lá fora, mas no próprio país. Trabalhos de interesse mais local e redigidos em português, deveriam incluir um resumo em francês. 


Os primeiros anos das Comunicações Geológicas

Desde 1883 e até 1914 publicam-se 10 volumes, com periodicidade variável, mas regular. A maioria dos trabalhos é da autoria de elementos dos serviços geológicos, particularmente de Paul Choffat e de Nery Delgado, sendo habitual a colaboração com especialistas estrangeiros (Carneiro et al., 2014). Todos os volumes incluíam um clássico prefácio do diretor, Nery Delgado, refletindo sobre a atividade e deficiências dos serviços geológicos, bem como as publicações relativas à geologia de Portugal, organizadas por ordem cronológica, e ainda obituários de geólogos e colaboradores dos serviços. Nestes primeiros volumes, assistimos às alterações do nome da instituição, desde Direcção dos Trabalhos Geológicos (1892), a Direcção dos Serviços Geológicos (1899) e ainda Comissão dos Serviços Geológicos (1901), que nos podem confundir na hora de preparar listas bibliográficas.

Os anos de estagnação e o renascer das Comunicações Geológicas

Com a morte de Nery Delgado em 1908 e a de Paul Choffat uma década depois, os já Serviços Geológicos de Portugal atravessam anos de estagnação, para a qual contribuíram a escassez de recursos humanos e a penúria financeira num período de grande instabilidade política em Portugal e na ressaca dos efeitos da Primeira Guerra Mundial (Carneiro et al., 2014). Dada a estagnação dos estudos geológicos, entre 1920 e 1930 a maioria dos trabalhos das Comunicações, que iam sendo publicadas irregularmente, enfoca a arqueologia e a antropologia física. É António Vianna que, em 1935, ao assumir a chefia dos Serviços Geológicos, propõe a edição anual das Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal e o aumento de verbas quer para estas, quer para as Memorias dos Serviços Geológicos de Portugal

A partir de meados do século XX há um renascer científico da Geologia em Portugal, as Comunicações passam a ser publicadas todos os anos, sendo esta periodicidade (quase sempre) anual mantida até à atualidade.  Nesta época, a Paleontologia domina os temas publicados (cerca de 30% entre 1918 e 1974), seguida da Estratigrafia (cerca de 18% entre 1950 e 1974) e da Arqueologia (13% das publicações entre 1950 e 1974; Carneiro et al., 2014). 

As Comunicações Geológicas hoje

No último quartel do século XX, a Paleontologia foi perdendo terreno como tema dominante das, agora, Comunicações Geológicas, com a revista a tornar-se cada vez mais diversificada, acompanhando os novos domínios da geologia e beneficiando de uma escola de geólogos entretanto formada no país. 
Também o protagonismo de trabalhadores dos Serviços Geológicos como autores dos trabalhos publicados foi diminuindo e cada vez mais surgiram trabalhos a enfocar outras regiões que não Portugal e países historicamente relacionados. As Comunicações ganharam um carater mais transversal e internacional, modernizando-se como a maioria das publicações de geologia que hoje conhecemos. Nos últimos anos, incluem publicações estrangeiras com alguma regularidade e têm sido o palco de volumes especiais de alguns dos congressos referência em Portugal, como o Congresso Nacional de Geologia e o Congresso Ibérico de Geoquímica. É agora a vez do Encontro de Jovens Investigadores em Paleontologia constituir um volume especial desta clássica revista, que tanto acarinhou a Paleontologia em Portugal desde os seus primeiros anos e que resistiu a tantos sobressaltos e à internacionalização e enviesamento da produção científica das últimas décadas. 

Para mais informações visita o site oficial das Comunicações Geológicas, onde brevemente poderás aceder a todos os números da revista, desde 1883, digitalizados, algo que os geólogos e paleontólogos ibéricos há muito desejavam!

Texto de Sofia Pereira, 2 de fevereiro de 2021

Indexação
Os artigos publicados na revista Comunicações Geológicas encontram-se indexados nas bases de dados da Elsevier - Scopus & GEOBASE, EBSCO - Environment Complete & Fonte Académica, GeoRef, APPlatforms e SCIRUS, enquadrando-se no Q3 de Earth and Planetary Sciences.

ISSN: 0873-948X; e-ISSN: 1647-581X

Comissão Executiva: Ruben Dias, Miguel Ramalho, Susana Machado, Elsa Ramalho e Lídia Quental

Gestão Editorial: Susana Machado e Elsa Ramalho

Classificação da revista Comunicações Geológicas na Scopus 

SCImago Journal & Country Rank
  
----------------

Imagens:

Topo: Capa do 1º Fascículo das Communicações, publicado em 1885

Abaixo: Grafismo atual das Comunicações Geológicas


Referências

Carneiro, A. & Teixeira Pinto, L. (2008). Paul Choffat (1849-1919) e as Comissões Geológicas. In: Paul Choffat na Geologia Portuguesa, (R. Bordalo da Rocha, J. Pais, J. C. Kullberg, M. L. Ribeiro, eds.) Universidade Nova de Lisboa/INETI, Lisboa, 63-75.

Carneiro, A., Mota, T.S. & Leitão, V. (2014). O Chão que Pisamos. A Geologia ao Serviço do Estado (1848-1974), Lisboa, Edições Colibri, 251 pp.

Fleury, E. (1920). Une phase brillante de la Géologie portugaise, Paul Choffat. Mém. Soc. Port. Sc. Nat., Lisbonne, Sér. Géologique, 3, 1-54.

Rocha, R. B. D. & Kullberg, J. C. (2008). Paul Léon Choffat: Uma vida dedicada à ciência. In: Paul Choffat na Geologia Portuguesa, (R. Bordalo da Rocha, J. Pais, J. C. Kullberg, M. L. Ribeiro, eds.) Universidade Nova de Lisboa/INETI, Lisboa, 23-44.


----------------------------------------

La revista "Comunicações Geológicas", pionera de la geología en Portugal

Distribuida por primera vez en 1885 (fascículo I), el primer volumen de las ‘Communicações da Secção dos Trabalhos Geologicos de Portugal’ reunió un conjunto de obras producidas entre 1883 y 1887, por lo que el primero de estos años es considerado como el año de fundación de esta revista. En un mundo globalizado e internacionalizado, donde la producción científica se canaliza cada vez más para revistas de renombre’ y/o ‘alto impacto’, es importante elogiar el mantenimiento de esta publicación pionera, que celebrará 140 años en 2023.

La primera Comisión Geológica del Reino de Portugal, establecida en 1857, fue sometida a varias reformulaciones y tribulaciones a lo largo de la segunda mitad del siglo XIX. Los trabajos científicos más extensos resultantes de su actividad fueron publicados originalmente en una serie monográfica iniciada en 1865, las ‘Memorias’, que se han mantenido hasta la actualidad, incluyendo algunos de los trabajos más significativos de la geología portuguesa (¿quién, siendo geólogo en Portugal, no ha tenido alguna vez una de estas memorias de portada de color castaño en su mesilla de noche?). Pero, como su nombre indica, los trabajos y comunicaciones más cortas no se ajustaban al formato monográfico de esta serie.

El origen de la revista Comunicações Geológicas

En la segunda mitad del siglo XIX, la geología también se subió al 'tren' del modernismo en Portugal. Casi 25 años después de la creación de la primera Comissão Geologica do Reino, los avances en el conocimiento geológico del país, aunque significativos, seguían siendo deficientes, y la falta de una comunidad de geólogos en Portugal, capaz de formar especialistas, dictaba la necesidad de internacionalización. Carlos Ribeiro y Nery Delgado, las figuras al frente de la (todavía) Secção dos Trabalhos Geologicos, establecieron una creciente colaboración con instituciones extranjeras y la contratación de Paul Choffat (geólogo suizo) a principios de la década de 1880 realzó esta estrategia (Carneiro & Teixeira Pinto, 2008). Fue en este período de tiempo, el comienzo de la llamada ‘fase brillante de la geología portuguesa‘ (Fleury, 1920), que surgió la idea de fundar la primera revista portuguesa especializada en geología. No se puede precisar si tal decisión todavía llegó con Carlos Ribeiro como director de la sección o si fue Nery Delgado, quien le sucedió en 1882 tras su muerte, quien impulsó la idea. También es probable que la influencia de Paul Choffat, un profundo conocedor de ‘(...) las publicaciones científicas de geología y paleontología que se publicaban en ese momento en Europa’ (Rocha & Kullberg, 2008), contribuyó significativamente a esta decisión. Hasta entonces, trabajos más cortos y notas sobre el avance del conocimiento geológico del país, sin carácter monográfico para incorporarlas a una ‘Memoria’, estaban siendo incluidas en publicaciones no especializadas, como la Revista d’obras Públicas e Minas’ o la ‘Revista de educação e ensino, lo que sin duda dificultó el intercambio de la investigación de geólogos portugueses con científicos extranjeros. Todas estas circunstancias desembocaron en la fundación de la revista que daría a la ‘Secção dos Trabalhos Geologicos’ la autonomía, afirmación e internacionalización necesarias para el desarrollo y difusión de la geología en Portugal.

En el primer volumen, Delgado escribió algunas reflexiones sobre la nueva revista, justificando que "(...) resúmenes y otras publicaciones de tomo menor, que no merecen el nombre de Memorias, deben constituir la serie, que por la deferencia obsequiosa de la 1ª clase de la Real Academia de las Ciencias, aqui comenzamos (...)" y defendiendo ser "(...) indispensable hacer estas publicaciones en un idioma conocido por el mayor número (...) de geólogos repartidos por las diversas partes del mundo." El francés fue el idioma elegido,peri ya existió una preociupación por proporcionar traducciones en portugués, manteniendo una actualización de lo que se está haciendo, no sólo en el extranjero, sino en el propio país. Trabajos de un mayor interés local y escritos en portugués, deberían incluir un resumen en francés. 


Los primeros años de las Comunicações Geológicas

Desde 1883 hasta 1914 se publicaron 10 volúmenes, con periodicidad variable pero regular. La mayoría de los trabajos fueron escritos por integrantes de los servicios geológicos, particularmente por Paul Choffat y Nery Delgado, siendo habitual la colaboración con especialistas extranjeros (Carneiro et al., 2014). Todos los volúmenes incluían un prefacio clásico del director, Nery Delgado, reflexionando sobre la actividad y deficiencias de los servicios geológicos, además de publicaciones relacionadas con la geología de Portugal, organizadas en orden cronológico, así como obituarios de geólogos y colaboradores de los servicios. En estos primeros volúmenes, se produjeron cambios en el nombre de la institución, de ‘Direcção dos Trabalhos Geológicos’ (1892), a ‘Direcção dos Serviços Geológicos’ (1899) e incluso ‘Comissão dos Serviços Geológicos’ (1901), que nos pueden llegar a confundir a la hora de elaborar las listas bibliográficas.

Los años de estancamiento y el renacer de las Comunicações Geológicas

Con la muerte de Nery Delgado en 1908 y la de Paul Choffat una década más tarde, los Servicios Geológicos de Portugal pasaron por años de estancamiento, provocados tanto por la escasez de recursos humanos y financiera en un período de gran inestabilidad política en Portugal así como por la resaca de los efectos de la Primera Guerra Mundial (Carneiro et al. , 2014). Dado el estancamiento de los estudios geológicos, entre 1920 y 1930 la mayoría de los trabajos de las ‘Comunicações’, que se publicaban de forma irregular, se centraron en la arqueología y la antropología física. Fue António Vianna quien, en 1935, al asumir el cargo de jefe de los Servicios Geológicos, propuso la edición anual de las Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal’ y el aumento de fondos tanto para estas, como para las ‘Memorias dos Serviços Geológicos de Portugal’.

Desde mediados del siglo XX hay un renacimiento científico de la Geología en Portugal, las Comunicações’  pasan a publicarse todos los años, y esta periodicidad (casi siempre) anual se mantiene hasta la actualidad. Durante esa época, la Paleontología dominó los temas publicados (alrededor del 30% entre 1918 y 1974), seguidos por la estratigrafía (alrededor del 18% entre 1950 y 1974) y la arqueología (13% de las publicaciones entre 1950 y 1974); Carneiro et al., 2014).

Las Comunicações Geológicas en la actualidad

En el último cuarto del siglo XX, la paleontología estaba perdiendo terreno como el tema dominante de las denominadas Comunicações Geológicas,
con la revista volviéndose cada vez más diversificada, siguiendo los nuevos dominios de la geología y beneficiándose de una escuela de geólogos que se estaba formando en el país. También el protagonismo de los trabajadores de los servicios geológicos como autores de los trabajos publicados fue disminuyendo y cada vez surgieron más estudios centrándose en otras regiones y países históricamente relacionados con Portugal. Las comunicaciones adquirieron un carácter más transversal e internacional, modernizándose como la mayoría de las publicaciones geológicas que conocemos hoy en día. En los últimos años, incluyeron publicaciones extranjeras con cierta regularidad y han albergado volúmenes especiales de algunos de los congresos de referencia en Portugal, como el Congresso Nacional de Geología y el Congresso Ibérico de Geoquímica.

Ahora es el turno del Encuentro de Jóvenes Investigadores en Paleontología para constituir un volumen especial de esta revista clásica, que tanto significó para la paleontología en Portugal desde sus inicios y que ha resistido a tantos sobresaltos y a la internacionalización de la producción científica en las últimas décadas.

Para más información, visite el sitio oficial de Comunicações Geológicas, donde pronto podrás acceder a todos los números de la revista, desde 1883, digitalizados, ¡algo que los geólogos y paleontólogos ibéricos han deseado durante mucho tiempo!

Texto de Sofia Pereira, 2 de febrero de 2021

Indexación

Los artículos publicados en la revista Comunicações Geológicas están indexados en las bases de datos de Elsevier - Scopus & GEOBASE, EBSCO - Environment Complete & Fonte Académica, GeoRef, APPlatforms e SCIRUS, situándose en el Q3 de Earth and Planetary Sciences.

ISSN: 0873-948X; e-ISSN: 1647-581X

Comité Ejecutivo: Ruben Dias, Miguel Ramalho, Susana Machado, Elsa Ramalho e Lídia Quental

Comité Editorial: Susana Machado e Elsa Ramalho


SCImago Journal & Country Rank

Clasificación de la revista Comunicações Geológicas en Scopus


----------------

Imagenes:

Cabecera: Portada del 1º Fascículo das Communicações, publicado en 1885

Abajo: Grafismo atual de las Comunicações Geológicas

Referencias

Carneiro, A. & Teixeira Pinto, L. (2008). Paul Choffat (1849-1919) e as Comissões Geológicas. In: Paul Choffat na Geologia Portuguesa, (R. Bordalo da Rocha, J. Pais, J. C. Kullberg, M. L. Ribeiro, eds.) Universidade Nova de Lisboa/INETI, Lisboa, 63-75.

Carneiro, A., Mota, T.S. & Leitão, V. (2014). O Chão que Pisamos. A Geologia ao Serviço do Estado (1848-1974), Lisboa, Edições Colibri, 251 pp.

Fleury, E. (1920). Une phase brillante de la Géologie portugaise, Paul Choffat. Mém. Soc. Port. Sc. Nat., Lisbonne, Sér. Géologique, 3, 1-54.

Rocha, R. B. D. & Kullberg, J. C. (2008). Paul Léon Choffat: Uma vida dedicada à ciência. In: Paul Choffat na Geologia Portuguesa, (R. Bordalo da Rocha, J. Pais, J. C. Kullberg, M. L. Ribeiro, eds.) Universidade Nova de Lisboa/INETI, Lisboa, 23-44.